setembro 17, 2004

Carolina

Carolina.Conheço muitas Carolinas,eu mesma devia me chamar Carolina.Mas meu pai disse a minha mãe que Carolina era nome de puta.Portanto,eu não podia me chamar Carolina.
Algo muito sinistro e calunioso de se dizer,porque conheço muitas Carolinas de índole forte e muito morais,mas quem disse que a profissão de puta é amoral,não é mesmo?Quem nunca se serviu dos serviços de uma puta,nunca retornou aos costumes de seus ancestrais,afinal, é sim a profissão mais antiga do mundo.
Tenho uma amiga chamada Carolina que nada tem a ver com essa Carolina da qual vou lhes falar.Quero deixar bem claro.
Essa Carolina nada tem a ver com a Carolina de Macahdo de Assis,até porque duvido que Carolina de Machado faria tal coisa que Carolina minha fez.


Carolina é muito amiga de Vanessa.E na última quarta-feira,foi passar a noite na casa dela.Estava ela deitada no colchonete,do lado da cama de Vanessa.As duas conversavam sobre as mazelas que pais separados trazem para seus filhos,porque a psicologia não erra,isso afeta sim.
Vanessa tinha brigado com a mãe,e devido ás suas inúmeras brigas,morava com o pai.
conversavam elas,até que Vanessa derramou algumas lágrimas sentidas.
Carolina pulou para sua cama e abraçou a amiga fortemente,como se assima dor passasse.Se desenlaçaram,e Carolina,que não fumava,não bebia,não tinha namorado,não tinha piercing,no tinha tatuagem,não tirava notas ruins na escola,e não era virgem,olhou a amiga nos olhos com muita piedade.
Vanessa devolveu o mesmo olhar de quem também é boa menina,e sentiu invadir uma necessidade estranha.Beijar.Beijar a amiga.E porquê não?Amigas há tanto tempo...
E beijou-a.
E Carolina,assutada,devolveu o beijo.E beijou Vanessa, e enlaçou as mãos no cabelo e Vanessa,puxou-lhe a cabeça pra traz com violência e beijou seu pescoço,colo,braços,barriga,virilha com mais paixão do que tivera beijado qualquer um de seus poucos parceiros.
Vanessa devolveu os carinhos, e a noite inteira,carinhos a noite inteira,inebriadas nos perfumes Boticário que exalavam.
Carolina acordou na manhã seguinte,fugiu como ratinho da casa de Vanessa,e correu ligar para o último carinha com quem tinha saído.

setembro 16, 2004

::Poesia:::

MINHAS CALCINHAS

Minhas calcinhas são como eu:
inesperadas,
surpreendentes,
velhas conhecidas...

Não há nada nelas que chame a atenção,
sejam de seda ou de algodão,
tanguinhas ou calçolas,
afinal, eu sou a dona...

Há, no entanto, algo incomum:
são cheirosas, de um cheiro terra,
de um cheiro chuva,
de um cheiro mar.

Bordadas de desejos,
confeccionadas de carícias,
do formato dos olhos que as desvendam,
abrigam a pureza de um segredo de amor.

Podem ser retiradas delicadamente, pela pele úmida,
arrancadas com o furor da paixão,
ou ficam ali, bem quietas,
testemunhas mudas do vulcão.

Minhas calcinhas têm lugar cativo,
gaveta da beleza,
armário dos sonhos,
envoltas no fascínio do fetiche.

Têm ciúme umas das outras,
disputam a vez,
e toda vez que as procuro
olham para mim com avidez.

Coloridas ou não,
uma para cada ocasião,
prontas para as sensações,
absorventes dos meus choros e canções.

Calcinhas de renda, veludo, cetim,
ou de pano simples,
sem graça e sem fita,
pros dias sem festa, sem boca e sem mão.

Mas podem ter gosto,
sabor diferente,
morango ou pistache,
chocolate e cereja.

São todas tão minhas, tão caras, tão sóbrias,
que mesmo sem elas, estou bem vestida.
Se eu ando, ou se eu danço, se eu sento ou se eu deito,
emanam um encanto, meu traje perfeito.



Por Lílian Maial

:::Breve:::

Eram 5:00 da manhã.
Ele entrou silencioso pela porta,beijou-a de leve e foi para a sala.Sentou-se no sofá,e ficou encarando o chão por alguns minutos.
Entrou no quarto,deitou-se na cama,e chamou pelo nome dela.Deitou-se no colo dela,e chorava,confuso,enquanto acariciava os seios dela.

Refletidos