dezembro 04, 2004

:: A dama e a vagabunda ::

Ana Maria casou com Flávio aos 17 anos,completamente apaixonada.
Flávio casou com Ana Maria aos 23 anos, pronto pra lhe tirar o cabaço.
Eram um casal muito bonito, os amigos sempre falavam que eles se completavam,bem feijão com arroz.
O casal mesmo acreditava que era muito feliz.
Ana Maria era certa disso.Era sócia do Clube das Esposas Perfeitas no Orkut.Prendada,cozinhava que era uma beleza, limpava com fervor religioso,e ás vezes, vestia só o seu avental cor-de-rosa,nada por baixo, a fim de servir a sobremesa para o maridinho.
Cássia era sua melhor amiga.E era o seu completo oposto.Solteiríssima,assumidíssima,indenpendente, bom emprego, bons ficantes (põe bom nisso, tinha um moreno que era....enfim.),bons restaurantes,bons cinemas,bons motéis,boas transas.Era tudo de bom e colorido na vida de Cássia.Assim como a vida de Ana Maria,cada u
ma vivia ao seu jeito.
As duas conversavam sempre.Enquanto Cássia preenchia a vida caseira e gostosa de casada de Ana com detalhes picantes sobre seus parceiros randômicos, Ana aguçava a imaginação de Cássia sobre a vida com aquele homem sensual de natureza,carinhoso,romântico,sonhador,inteligente e amante afogueado que era o personagem Flávio na vida dela.E segundo ela, absolutamente fiel.Trazia flores toda semana, fazia declarações de amor após o sexo,repudiava a idéia de ter outras mulheres,não gostava da ideía de menáges a trois,como a maioria dos homens,falava mal das amigas que engordavam ou emagreciam demais, venerava o corpo e mente da esposa.
Com o passar dos anos, e a profundidade da amizade delas se estendendo,concomitantemente ao amor de Flávio e Ana Maria,e aumentando a lista de homens d Cássia,as coisas tomavam rumo diferente.
Cássia pasosu a sonhar com aquele homem, um amigo que tornava-se um amante louco e pervertido nos seus devaneios noturnos.Passou a desejá-lo.Não seria só mais uma conquista.Ele era especial , acreditava ela.
Passou a enviar flores pra ele,imaginando que assim ganharia o amor e otesão deum homem romântico, passou a telefonar secretamente, sem identificações,restringindo as chamadas do celular.
O que todo mundo sabia e o que a dedicada esposa não, é que Flávio era um grande galinha.Já tinha traçado todas as secretárias e estagiárias ansiosas por promoções do escritório.Sem falar das mulheres " da pista".Flávio era da "night"!Veja só...
Ana Maria não desconfiava de nada.Mal desconfiava que o marido estava correspondendo ás solicitações de Cássia.Que ele atendia seus telefonemas ansioso,deixava as flores na mesa do escritório, recebia os presentinhos,como calcinhas,pelo correio,já com a verga entumescida.
Até que Cássia convidou-o a um motel. E foram.Ana Maria estava no mercado.Depois da tarde de sexo infiel entre marido e melhor amiga...Sim,sim,que enfastiosa traição...resolveram ir até o apartamento de Flávio e Ana Maria,pra encontrá-la normalmente,como por acaso.
Porém não agüentaram o tesão,como meu irmão diria, digno de cem mendigos juntos,e se entregaram ao sexo encima do sofá.
Eis que a cena tão previsível ocorre.Ana Maria adentrou a sala,derrubou as compras,e soltou um grito agudo ao ver o marido arrancar a calcinha comestível da amiga com os dentes.Safadinha,tinha reposto a anterior.
Muitas e muitas brigas depois,lágrimas,maldizeres,xingamentos...
_Traidora!Calhorda!Canalha!Filho da sua mãe!
O casal se separou.
Hoje,Cássia é esposa dedicada,tem o Kama Sutra como livro de cabeceira,mas não sabe fritar um ovo.Flávio não se importa nem um pouco de comer fora.Literalmente.A diferença é que Cássia sabe com quem está lidando,e tem o "maridinho" nos arreios.
Ana Maria tem parceiros randômicos.Sai, encontra-se com Cássia num café,e depois vai pra uma boate.Diz ela que tem aprendido muita coisa.


setembro 17, 2004

Carolina

Carolina.Conheço muitas Carolinas,eu mesma devia me chamar Carolina.Mas meu pai disse a minha mãe que Carolina era nome de puta.Portanto,eu não podia me chamar Carolina.
Algo muito sinistro e calunioso de se dizer,porque conheço muitas Carolinas de índole forte e muito morais,mas quem disse que a profissão de puta é amoral,não é mesmo?Quem nunca se serviu dos serviços de uma puta,nunca retornou aos costumes de seus ancestrais,afinal, é sim a profissão mais antiga do mundo.
Tenho uma amiga chamada Carolina que nada tem a ver com essa Carolina da qual vou lhes falar.Quero deixar bem claro.
Essa Carolina nada tem a ver com a Carolina de Macahdo de Assis,até porque duvido que Carolina de Machado faria tal coisa que Carolina minha fez.


Carolina é muito amiga de Vanessa.E na última quarta-feira,foi passar a noite na casa dela.Estava ela deitada no colchonete,do lado da cama de Vanessa.As duas conversavam sobre as mazelas que pais separados trazem para seus filhos,porque a psicologia não erra,isso afeta sim.
Vanessa tinha brigado com a mãe,e devido ás suas inúmeras brigas,morava com o pai.
conversavam elas,até que Vanessa derramou algumas lágrimas sentidas.
Carolina pulou para sua cama e abraçou a amiga fortemente,como se assima dor passasse.Se desenlaçaram,e Carolina,que não fumava,não bebia,não tinha namorado,não tinha piercing,no tinha tatuagem,não tirava notas ruins na escola,e não era virgem,olhou a amiga nos olhos com muita piedade.
Vanessa devolveu o mesmo olhar de quem também é boa menina,e sentiu invadir uma necessidade estranha.Beijar.Beijar a amiga.E porquê não?Amigas há tanto tempo...
E beijou-a.
E Carolina,assutada,devolveu o beijo.E beijou Vanessa, e enlaçou as mãos no cabelo e Vanessa,puxou-lhe a cabeça pra traz com violência e beijou seu pescoço,colo,braços,barriga,virilha com mais paixão do que tivera beijado qualquer um de seus poucos parceiros.
Vanessa devolveu os carinhos, e a noite inteira,carinhos a noite inteira,inebriadas nos perfumes Boticário que exalavam.
Carolina acordou na manhã seguinte,fugiu como ratinho da casa de Vanessa,e correu ligar para o último carinha com quem tinha saído.

setembro 16, 2004

::Poesia:::

MINHAS CALCINHAS

Minhas calcinhas são como eu:
inesperadas,
surpreendentes,
velhas conhecidas...

Não há nada nelas que chame a atenção,
sejam de seda ou de algodão,
tanguinhas ou calçolas,
afinal, eu sou a dona...

Há, no entanto, algo incomum:
são cheirosas, de um cheiro terra,
de um cheiro chuva,
de um cheiro mar.

Bordadas de desejos,
confeccionadas de carícias,
do formato dos olhos que as desvendam,
abrigam a pureza de um segredo de amor.

Podem ser retiradas delicadamente, pela pele úmida,
arrancadas com o furor da paixão,
ou ficam ali, bem quietas,
testemunhas mudas do vulcão.

Minhas calcinhas têm lugar cativo,
gaveta da beleza,
armário dos sonhos,
envoltas no fascínio do fetiche.

Têm ciúme umas das outras,
disputam a vez,
e toda vez que as procuro
olham para mim com avidez.

Coloridas ou não,
uma para cada ocasião,
prontas para as sensações,
absorventes dos meus choros e canções.

Calcinhas de renda, veludo, cetim,
ou de pano simples,
sem graça e sem fita,
pros dias sem festa, sem boca e sem mão.

Mas podem ter gosto,
sabor diferente,
morango ou pistache,
chocolate e cereja.

São todas tão minhas, tão caras, tão sóbrias,
que mesmo sem elas, estou bem vestida.
Se eu ando, ou se eu danço, se eu sento ou se eu deito,
emanam um encanto, meu traje perfeito.



Por Lílian Maial

:::Breve:::

Eram 5:00 da manhã.
Ele entrou silencioso pela porta,beijou-a de leve e foi para a sala.Sentou-se no sofá,e ficou encarando o chão por alguns minutos.
Entrou no quarto,deitou-se na cama,e chamou pelo nome dela.Deitou-se no colo dela,e chorava,confuso,enquanto acariciava os seios dela.

Refletidos