novembro 30, 2008

a volta pra mim




Tudo traz a saudade perene
Que eu tenho de mim mesma,
porque eu estou nos montes,
nas fendas, nos campos,
nos bichos, nas árvores
nos rios que correm, baixinho.
Nas cachoeiras que rasgam
meu ventre terreno e vermelho.
Nos sorrisos antigos e amigos.
Nas lembranças de infância
e de quando em quando
eu tenho que voltar pra mim.

Que saudade de mim!

novembro 26, 2008

Sem trava




cerveja cigarro mojito tequila
segura a onda menina!
cortina de fogo esconde desilusão
mas não cura fissura de coração.

beijo triplo
pega menina
perde a moral
esquece a chave
pula o muro
choca o mundo
assusta o vizinho
o único bálsamo é a música!

um beck pra voar
a noite toda fora
não há ressaca que água não cure.
mènage à trois
ainda tá pra nascer homem que ature!

novembro 24, 2008

Balé




Cada movimento seu
corresponde a um carinho meu.
Nesse balé de mãos e bocas
E susurros de palavras loucas
Me perco, me entrego
Renego todo e qualquer segredo
Porque se eu sou tua
Sou tua
Sem quê, nem porquê
Hoje eu sou pra você.

novembro 23, 2008

Céu de granito




Nessa tarde de chuva e céu de granito
Só queria querer um perfume, um sorriso
Um abraço, um alguém
Que lançasse meu pensamento ao infinito.

Até este momento tudo esteve tão calmo.
Gotas de chuva e vento frio foram alento
Quando pra uns são sinal de tormento.

É a minha natureza, gostar de uma beleza
Com um toque de aspereza.

Mas e agora, como que eu faço?
Acabei de ver aqui dentro um grande espaço
E tanto lugar deu um certo embaraço...

novembro 22, 2008

Coisa de botequim

Acho que ando muito confusa
Eu só faço o que não quero
E o que eu desejo
Me falta coragem de buscar.

É como se soubesse o que fazer
mas algo me impedisse de andar.

Ontem à noite
Eu não reconheci as esmeraldas saltitantes
Que encontrei do outro lado do bar
Foi como sonho em pesadelo
E o pior foi reconhecer ainda a carícia do teu olhar

Comprovei o incomprovável
E quis muito apresentar mais resultados
Mas uma falsa moral mista com timidez
me impediu
O que era meu deixou de ser
Depois que pelo ócio eu abri mão.

E agora como clamar por um direito
Do qual eu mesma renunciei?

Se algum dia houver ocasião
Peço ao meu pobre coração
Chance de me redimir
Pra que possa haver perdão.

novembro 05, 2008

Poesia do aniversário




O mundo pode ser ainda tão mágico...
Numa esguelha de olhar
Cato um canto de sorriso
No pinga-pinga da goteira
Uma música ressona

Reverberam os pingos de chuva
assim que se soltam do manto azul do céu
Girassóis de plástico têm cheiro
Giram até emitirem luz.

A luz vai e volta
no vai-e-vem do pêlo do gato
deitado sob o sol de lamparina.

E eu, e eu!
Tão egoísta ,perdida em formas e luzes
à beira dos vinte e quatro
volto a ser menina.


P.S.: Vale a pena dormir com a camisa do Led. Mesmo que vc acorde totalmente nua.

Led

Hoje eu vou dormir
com a camisa do Led
porque to precisando
de inspiração pra sonhar.

Nada contra a realidade
mas sonhar traz
tanta permissividade
abre portas pra lugares
que não costumo entrar.

E to querendo coisa nova
direção ou coisa que valha
é foda andar sem parar
e chegar a nenhum lugar.

Toda situação tem seus defeitos
e nada na vida é perfeito
mas uma dama sabe a hora
de se retirar.
Uma garota esperta sabe a hora
de mudar.

novembro 03, 2008

Platéia



Quero aprender com os meus erros
Consumar os meus desejos
Viver a vida do meu jeito
Afinal, to no meu direito
E não preciso de platéia pra aplaudir.

Se eu pedir um conselho
É porque eu sou assim
Não quer dizer que eu não sei
à o que vim.

Eu já fiz muita besteira
Também já disse muita asneira
Mas se errei me corrigi
Portanto, nunca me arrependi.

Se deixo de fazer isso ou aquilo
Não é porque eu tenho receio
É porque hoje eu penso mais
Antes de agir.

E se há algum problema nisso
Eu até posso te ouvir
Mas não pense você
Que eu me furto ao direito de discordar.

Refletidos