fevereiro 18, 2010

A lágrima escondida

Bate ponto agora,
falta dois pra ir embora.
Prepara o corpo e a alma
Pro ô ô ô ô!
Empurra-empurra na plataforma.
Pastel e caldo na Central
porque o trem atrasou.
E agora, que saco!
Não pode nem fumar
Passa no telão a lei estadual.
Raspa a carteira aí
pra pagar a cerveja,
que com a greve do banco
o salário não entrou.
Pagando imposto e peru de ceia
a gente se aperta,
enquanto malandro anda tranquilo,
cheio de dinheiro na meia.
Então é carnaval!
Deixa eu sambar até me acabar!
Que enquanto eu suar ninguém me vê chorar.


Pra ouvir: http://blip.fm/~liuhb


Obrigada pela inspiração, Ricardo. Acho que caiu bem a música pro que eu sentia.
Se a gente tem liberdade de dizer o que nos insatisfaz, que falemos. Que possamos nos permitir agir também.

5 comentários:

Ricardo Almeida disse...

Muito bom! Eu estou lendo a biografia do Sergio Sampaio e tem uma hora em que ele se mostra perplexo pelo seu grande sucesso ("Eu quero é botar meu bloco na rua"), uma canção bastante triste, ter feito tanto sucesso no carnaval. Aí um amigo retruca: "e quem disse que carnaval não é triste?"
Bom conversar com vc de novo! No mais, eu quero é botar meu bloco na rua! Beijos

Blue disse...

Menina, que postagem real. Mas cruel. É a pura verdade.

É de parar e pensar.

Mas agora que o carnaval passou, quem sabe o país começa andar neste ano de 2010. Ops... vem eleições aí, e com isso ELES só vaõ olhar pro bolso deles......DENOVO!

Beijos

Ricardo Almeida disse...

Eu quero é botar meu bloco nas ruas desses tristes trópicos.
É sempre bom te ler!
bjs

Dora Casado disse...

Fern! Olá, tudo bem?! Quanto tempo, hein?!
O Carnaval e suas histórias. Eu acho que virou um momento anestésico. As pessoas fazem de conta por alguns momentos que está tudo bem. E acho que nesse caso, o suor representa as lágrimas em muitos casos...
Cheiro grande e obrigada pela alegria sobre o pirralhinho "pulante"... rs rs
Boa semana^^

Moni Saraiva disse...

Adorei o poema sambado e a mágica forma de esconder as lágrimas...

Beijos!

Refletidos